ART PRETAS

BEM VIND@ A NOSSA CASA DE ARTES. COM SENSIBILIDADE E ENGAJAMENTO, OS VALORES AFRICANOS E DO POVO POBRE, AGRICULTOR E NORDESTINO SÃO TRADUZIDOS EM ARTE NAS TELAS, PAINÉIS E BOLSAS. DELEITE-SE E, CASO A PAIXÃO LHE EXIJA,PRESENTEIE OU LEVE PARA SUA SALA, PARA SUA CASA, PARA SUA VIDA! CONTATO: PETALAPORPETALAA@GMAIL.COM

terça-feira, 10 de maio de 2011

Óleo Sobre tela - Criança, só que em situação de rua.

"As Caridades odiosas"
Clarice Lispector

"(...) Foi em uma tarde de sensibilidade ou de suscetibilidade? Eu passava pela rua depressa, emaranhada nos meus pensamentos, como às vezes acontece. Foi quando meu vestido me reteve: alguma coisa se encanchara na minha saia. Voltei-me e vi que se tratava de uma mão pequena e escura. Pertencia a um menino a que a sujeira e o sangue interno davam um tom quente de pele. O menino estava de pé no degrau da grande confeitaria. Seus olhos, mais do que suas palavras meio engolidas, informavam-me de sua paciente aflição. Paciente demais. Percebi vagamente um pedido, antes de compreender o seu sentido concreto. Um pouco aturdida eu o olhava, ainda em dúvida se fora a mão da criança o que me ceifara os pensamentos.-Um doce, moça, compre um doce pra mim.Acordei finalmente. O que estivera pensando antes de encontrar o menino? O fato é que o pedido deste pareceu cumular uma lacuna, dar uma resposta que podia servir para qualquer pergunta, assim como uma grande chuva pode matar a sede de quem queria uns goles de água.Sem olhar para os lados, por pudor talvez, sem querer espiar as mesas da confeitaria onde possivelmente algum conhecido tomava sorvete, entrei, fui ao balcão e disse com uma dureza que só Deus sabe explicar: um doce para o menino.De que tinha eu medo? Eu não olhava a criança, queria que a cena, humilhante para mim, terminasse logo. Perguntei-lhe: que doce você...Antes de terminar, o menino disse apontando depressa com o dedo: aquelezinho ali, com chocolate por cima. Por um instante perplexa, eu me recompus logo e ordenei, com aspereza, à caixeira que o servisse.-Que outro doce você quer? Perguntei ao menino escuro.Este, que mexendo as mãos e a boca ainda esperava com ansiedade pelo primeiro, interrompeu-se, olhou-me um instante e disse com delicadeza insuportável, mostrando os dentes: não precisa de outro não. Ele poupava a minha bondade.-Precisa sim, corte eu ofegante, empurrando-o para a frente. O menino hesitou e disse: aquele amarelo de ovo. Recebeu um doec em cada mão, levantando as duas acima da cabeça, com medo talvez de apertá-los. Mesmo os doces estavam tão acima do menino escuro. E foi sem olhar para mim que ele, mais do que foi embora, fugiu. A caixeirinha olhava tudo:-Afinal, uma alma caridosa apareceu. Esse menino estava nesta porta há mais de uma hora, puxando todas as pessoas que passavam, mas ninguém quis dar.Fui embora, com o rosto corado de vergonha. De verogonha mesmo? Era inútil querer voltar aos pensamentos anteriores. Eu estava cheia de um sentimento de amor, gratidão, revolta e vergonha. Mas, como se costuma dizer, o sol parecia brilhar com mais força. Eu tivera a oportunidade de... E para isso fora necessário um menino magro e escuro... E para isso fora necessário que outros não lhe tivessem dado um doce.E as pessoas que tomavam sorvete? Agora, o que eu queria saber com autocrueldade era o seguinte: temera que os outros me vissem ou que os outros não me vissem? O fato é que, quando atravessei a rua, o que teria sido piedade já se estrangulara sob outros sentimentos. E, agora sozinha, meus pensamentos voltaram lentamente a ser os anteriores, só que inúteis."

domingo, 1 de maio de 2011

Os cabelos crespos de nossas crianças

Cabelos de Luanda's











São crespos, não são ruins!










O couro capilar é sensível doe muito!










"E no dia em que ela foi à escola com os cabelos soltos, seus coleguinhas deram risada...
Pedimos explicações...

E a postura dos profissionais da área de educação?

A resposta foi mais traumática que o ato das crianças em si!

Não houve intervenção?

Houve sim, xingaram os coleguinhas que deram risada!

Xingaram? Como assim?

Pois é não discutiram absolutamente nada sobre a diversidade étnica!

Segue trechos da resposta d@s profissionais:

"Não deram risada da cor da pele da Luanda e sim do penteado, dos cabelos...

Voltamos pra casa, humilhad@s nos questionamos
O que fica subtentido? = os cabelos crespos... relativos a descendência, que por sinal é negra.

Nossa é verdade, foi isso mesmo!

- Ah! não admito!
- Mas "mãe" você nunca mandou ela com os cabelos assim!
- Assim como, gente?

Voltemos às reflexões...

Assim, soltos... querem dizer, muito crespos

E para a criança não voltar à escola com os cabelos "assim"...

Hoje foram oito horas de muita dor e muito trabalho!

As profissionais não entendem, são incapazes de fazer a leitura

Ou melhor, se negam a entender
Jamais vestirão a nossa pele".

Sendo assim, camuflam cada vez mais o racismo

Mas nós somos ousad@s questionamos:

Onde você "guarda seu racismo"?
Nos enojamos ao imaginar as próximas respostas!

"Dos olhos desta criança rescorrem lágrimas de dor,
do meu coração rescorrem gostículas de sangue
de uma ferida bem grande
de uma ferida incurável”

Lutamos tanto e ainda hoje não conseguimos acabar com uma das maiores desgraças do mundo - Preconceito, Discriminação e Racismo!

Desabafo de mulher; negra; mãe; mãe de uma criança que também é negra

terça-feira, 5 de abril de 2011

Óleo Sobre tela

Me recordo dos tempos de escola...Eles sempre me escolhiam p/ ser a Tia Nastácia, Saci Pererê, Tio Barnabé.Tod@s personagens do grande escritor Monteiro Lobato.Mas naquela época se esqueceram de me perguntar...Você aceita ser a empregada doméstica que passa o tempo todo a servir a senhora da Casa Grande?Você aceita ser o negro, fumante, malandro?Você aceita ser apenas um caseiro sem história, sem origem, sem família?Pois bem, eles se esqueceram de resgatar minhas origens...Origens de África, terra Mãe!Quando meus ancestrais capturados de África chegaram aqui...Deixaram p/ trás histórias de garra de luta, de conquistas e de vitóriasSerá que se esqueceram de me contar?Lá em África meus ancestrais eram reis, rainhas, príncipes e princesas!Ora, se eles tivessem me contado antes eu aceitaria...Aceitaria com muito orgulho...Representar esta Princesa!Deixo para nossa reflexão:Por que será que o Opressor insiste em deturpar a nossa história?

terça-feira, 8 de março de 2011

Baobá

"A semente que veio de África"

Busto

Sábio Africano

"

África - mãe terra

"Capturados de África...
capturdos de minha
própria casa"

Efeitos

Borboleta

Preta - Estilo black de ser

Pretas: Primavera & Black Power

Inspiração de Sibá

"Inspirações de Sibá
vieram de lá
mulher preta
artesã do Maranhão"

Art Preta - Camisetas afros

"Trevo D'África"

Baiana de África

"Força baiana
força africana
vem cá
vem cá"

Guerreira do Cotidiano

Trabalhadoras

"Em luta,

Em labuta,

Em África".

Preta Primavera

Pretinhosa

"Menina, flor, bela
Pretinha exibida
Pretinhosa"

Singela

Mulheres Negras


Mulheres Negras
Ser mulher e, negra, também ser,
é sentir, em dobro, a dor,
é lutar e sobreviver.
Ser mulher e, negra, também ser,
é por duas sempre valer,
é desdobrar o seu valor
Ser mulher e, negra, também ser,
é sentir, em dobro, a dor.

Negr@ Cio da terra

Negr@ Cio da terra

Debulhar o trigo
Recolher cada bago do trigo
Forjar no trigo o milagre do pão
E se fartar de pao
Decepar a cana
recolher a garapa da cana
roubar da cana a doçura do mel
se lambuzar de mel
Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, propícia estação
de fecundar o chão

Nega Ju

Ô nega...
anda mexendo com meu coração
Quando ela chega ...
já vai mudando a situação
E ela me esquenta...
Ela é marrenta
A nega é sensacional

Reluzente

E essa nega
Sorriso reluzente
que iluimina todo o ambiente
Com sua graça
sempre chega sorridente
Então eu lembro de agradecer a Deus
Ainda bem que eu tenho essa nega

ga

Diversidade Preta

Femininas

Preta busto

"Busto africana
Vivas à mulher d'africa"
"Mulheres DÁfrica
Sensuais"

Floral Nena

Namorad'os


Modelos:

Namorados;

Pretáfrica

Flores

Pretáfrica


Bolsa feminina

"Básica

Discreta

Linda"

Art Produção



Artesã
em ação!

"Vejo flores por todo
s os lados"
"Vejo flores por todos os
lados"

Samba e Art Pretas

Art Pretas em exposição samba - UNEafro-Brasil.

"Quem foi que disse que o samba não é Art?
Quem foi que disse que a Art não está no samba?"